Há muito tempo os psicoterapeutas e as pessoas que
acreditam na Reencarnação vem questionando o enfoque tradicional da Psicologia
tradicional, sua limitação a essa vida apenas, sua visão de um “início” e um
“fim”, como se não existíssemos antes, e anseiam por uma nova maneira de ver e
tratar os nossos problemas e conflitos emocionais e mentais, a partir dos
princípios reencarnacionistas.
Agora já existe essa nova visão psicoterapêutica, não é uma
nova linha da Psicologia, é uma nova Escola de Psicologia.
Essa nova Psicologia, que estamos desenvolvendo, e que lida
com a Reencarnação, está alinhada às concepções reencarnatórias e chama-se
Psicoterapia Reencarnacionista. Ela não vem
para combater a Psicologia tradicional ou para destruí-la e, sim, para abrir
suas fronteiras, do nascimento para trás, rumo ao nosso passado trans pessoal,
e do desencarne para a frente, rumo às nossas encarnações futuras.
É a expansão da Psicologia tradicional, dessa vida apenas,
herdeira do Consciente Coletivo não reencarnacionista, originado nas concepções
religiosas dominantes no Ocidente.
O porquê da Psicologia oficial não lidar com a Reencarnação
deve-se à ação do Imperador Justiniano no ano 553 d.C. de conclamar o Concílio
de Constantinopla, convidando apenas os bispos não-reencarnacionistas, e
decretando que Reencarnação não existe, influenciado por sua esposa Teodora,
ex-cortesã, filha de um guardador de ursos do anfiteatro de Bizâncio, que para
libertar-se de seu passado mandou matar antigas colegas e para não sofrer as
consequências dessa ordem cruel em uma outra vida como preconiza a lei do
Karma, empenhou-se em suprimir a magnífica Doutrina da Reencarnação.
Esse Concílio não passou de um encontro que excomungou e
maldisse a doutrina da preexistência da alma, com protestos do Papa Virgílio,
sequestrado e mantido prisioneiro de Justiniano por 8 anos por ter-se recusado
a participar desse Concílio! Dos 165 bispos presentes, 159 eram
não-reencarnacionistas, e tal fato garantiu a Justiniano os votos de que
precisava para decretar que Reencarnação não existe.
E assim a
Igreja Católica tornou-se uma igreja não-reencarnacionista e, mais tarde, as
suas dissidências levaram consigo esse dogma lá estabelecido. Com o predomínio,
no Ocidente, dessas igrejas não-reencarnacionistas, criou-se no Consciente
Coletivo ocidental a ideia de que Reencarnação não existe, dentro do que
formou-se a Psicologia e a Psiquiatria, que também não lidam com a
Reencarnação.
Isso representou um dos maiores atrasos da história da
humanidade, que até hoje reflete-se, pois temos uma Psicologia e uma
Psiquiatria que limitam-se apenas à vida atual, ignorando todo um material de
estudo e análise, do nosso passado, escondido em nosso Inconsciente. E é aí que
estamos indo, seguindo a orientação do Dr. Freud. Entrando no Inconsciente das
pessoas encontra-se a Reencarnação. Isso é religião? Não, isso é pesquisa
científica, isso é a emergência de uma nova Psicologia e uma nova Psiquiatria.
A Psicoterapia Reencarnacionista não deve ser confundida com a Regressão Terapêutica, que é uma
técnica utilizada para desconectar as pessoas de situações traumáticas do seu
passado que ainda estão acontecendo em seu Inconsciente, originando sintomas,
principalmente os casos de fobias, transtorno do pânico e as depressões severas,
que podem ser, desse modo, melhorados muito ou até curadas rapidamente.
Não devemos confundir a Psicoterapia Reencarnacionista com
a Regressão Terapêutica: aquela é uma Escola de Psicologia, essa é uma
técnica.
A Regressão para a Psicoterapia Reencarnacionista visa,
além disso, ajudar as pessoas a perceberem se vêm aproveitando ou não as suas
encarnações nos últimos séculos e saber para o que vêm reencarnando e para o
que reencarnaram dessa vez.
Pouquíssimas pessoas têm uma ideia clara, ou mais ou menos
clara, sobre o objetivo da vida e raríssimas têm a noção do que estão fazendo
aqui. A maioria vive como se vivesse em um labirinto, perdida
numa névoa escura, rodeando o tempo todo, sem saber se vai por esse ou aquele
lado, simplesmente porque não sabe quem realmente é, o que está fazendo aqui e
para onde deve ir.
Viver desse modo é como se você fosse a um supermercado sem
saber o que quer comprar e, então, após algum tempo de perambulação pelos
corredores, compraria qualquer coisa e ir-se-ia. Viver sem saber quem é e o que
é isso que se chama "vida" é a mesma coisa: você perambula pelos
corredores, sem comprar nada de que realmente precise e, no final, vai-se. Ou
compra coisas que não precisa.
Temos hoje em dia uma Medicina que não consegue realmente
curar, apenas paliar, pois acredita que as doenças iniciam no nosso corpo
físico e devem ser curadas nele, quando na verdade elas iniciam em nossos
pensamentos e sentimentos, e esses é que devem ser tratados e curados.
Temos uma Psicologia que lida com um “início” na infância e
um equívoco que é a formação da personalidade, quando na verdade nós somos um
Ser (Espírito) retornando para a Terra, trazendo a nossa personalidade das
encarnações passadas (Personalidade Congênita). Temos uma Psiquiatria que acredita
que a doença está no cérebro e deve ser tratada com medicamentos químicos,
quando a doença mental é
imaterial e causada ou fortemente influenciada por ressonâncias de nossas
encarnações passadas e em influenciações negativas de seres desencarnados
(obsessores).
Uma das constatações nas sessões de regressão é que,
independentemente desses fatores relativos à sua “casca”, as pessoas regredidas
referiam uma maneira de ser, de pensar, de sentir, muitíssimo parecida
encarnação após encarnação, e como ainda hoje! Ou seja, uma pessoa autoritária,
agressiva, era assim nas suas encarnações passadas, alguém tímido, medroso, se
vê assim lá atrás, uma pessoa magoada, com sentimentos de rejeição e abandono
enxerga-se dessa maneira em suas encarnações passadas, alguém deprimido já era
deprimido há séculos, e isso não aparece em uma ou outra pessoa, isso
demonstra-se sempre, em todas as sessões de regressão.
Nós, psicoterapeutas reencarnacionistas, escutamos, durante
as regressões, histórias de pessoas que estão há centenas de anos reencarnando
para melhorar essas características negativas, com um resultado muito pequeno,
repetindo sempre o mesmo padrão, e que, hoje em dia, são ainda extremamente
parecidos como eram!
Nós reencarnamos para melhorar as nossas tendências inferiores
mas se avaliarmos o quanto temos conseguido melhorar isso em nós nessa atual
encarnação, podemos fazer uma projeção semelhante para nossas últimas
encarnações. Mas isso não é de ficar-se admirado, pois se somos um Ser imortal
que muda apenas de “casca” de uma encarnação para outra, o óbvio não é, então,
que mantenham-se as nossas características de personalidade de uma vida terrena
para outra?
Essa personalidade que é nossa, que vem nos acompanhando
encarnação após encarnação, chamamos de Personalidade
Congênita, e aí começa a estruturar-se a Escola de Psicoterapia
Reencarnacionista.
Esse termo encontra-se em “Obreiros da Vida Eterna”, de
André Luiz, psicografado por Chico Xavier, em uma palestra do Dr. Barcelos,
psiquiatra desencarnado, no Nosso Lar, páginas 32-34, quando ele diz:
”Precisamos divulgar no mundo o conceito moralizador da Personalidade
Congênita, em processo de melhoria gradativa, espalhando enunciados novos que
atravessem a zona de raciocínios falíveis do homem e lhe penetrem o coração,
restaurando-lhe a esperança no eterno futuro e revigorando-lhe o ser em suas
bases essenciais. As noções reencarnacionistas renovarão a paisagem da vida na
crosta da Terra, conferindo à criatura não somente as armas com que deve
guerrear os estados inferiores de si própria mas também lhe fornecendo o
remédio eficiente e salutar... Falta aos nossos companheiros de Humanidade o
conhecimento da transitoriedade do corpo físico e o da eternidade da vida, do
débito contraído e do resgate necessário, em experiências e recapitulações
diversas... Faltam às teorias de Sigmund Freud e seus continuadores a noção dos
princípios reencarnacionistas e o conhecimento da verdadeira localização dos
distúrbios nervosos, cujo início muito raramente se verifica no campo biológico
vulgar mas quase que invariavelmente no corpo perispiritual preexistente,
portador de sérias perturbações congênitas, em virtudes das deficiências de
natureza moral, cultivadas com desvairado apego, pelo reencarnante, nas
existências transcorridas”.
Essa frase inicial – “Precisamos divulgar no mundo o
conceito moralizador da Personalidade Congênita.” – é a finalidade da
existência da Psicoterapia Reencarnacionista, a sua meta e objetivo.
A evolução espiritual do ser humano é lenta porque, a cada
encarnação, temos a sensação ilusória de que estamos vivendo uma “vida” e que
tudo que temos de inferior em nossa personalidade e sentimentos foi criado na
infância pelos “vilões”. Aliás, devíamos mudar o termo vida para passagem,
nascimento para chegada e morte para subida, que são mais reais.
E, então, uma das finalidades da Escola de Psicoterapia
Reencarnacionista é auxiliar as pessoas a recordarem-se de que somos Espíritos
eternos, passando mais uma vez por aqui, que essa vida é apenas mais uma
passagem, que descemos do Plano Astral e, um dia, vamos subir para lá de novo.
E depois continuaremos a descer e a subir, descer e subir, descer e subir, até
ficarmos puros, para o padrão terreno. E então continuaremos nossa trajetória
no Plano Astral, depois no Plano Mental, e assim gradativamente, até, um dia,
voltarmos para o Todo.
O trabalho principal do psicoterapeuta
reencarnacionista é auxiliar a pessoa em tratamento a recordar-se da busca da
evolução espiritual, da purificação. Deve
ajudá-la a aproveitar essa atual passagem, a fazer uma releitura de sua
infância a partir dos princípios reencarnacionistas, a entender porque nos
reencontramos com seres com os quais trazemos conflitos de encarnações
passadas, por que necessitamos passar por situações aparentemente negativas,
desagradáveis, a Lei do Retorno, etc. Essas descobertas e constatações é o que
pretendemos transmitir, e esperamos que nossas reflexões sobre o conflito entre
o nosso Eu Real (a Essência) e as ilusões do nosso eu temporário (a persona atual),
ajudem as pessoas a encontrarem-se consigo mesmas e assumirem com mais
confiança e determinação o objetivo final de todos nós: a evolução
espiritual.
Nada disso é novidade para os espíritas e para todos que
acreditam na Reencarnação, mas agora essas questões estão sendo colocadas como
uma psicoterapia. A Psicoterapia Reencarnacionista, uma psicologia baseada na
Reencarnação, veio para ajudar a nos libertarmos das ilusões e das fantasias
terrenas e a nos apegarmos firmemente aos aspectos realmente absolutos e
eternos do nosso Caminho.
Ao seu tempo, essa visão Reencarnacionista ajudará a
Psicologia oficial a libertar-se das suas amarras e os psicólogos e os
psiquiatras que acreditam na Reencarnação não precisam mais ater-se a uma visão
que analisa a vida de seus pacientes apenas a partir da infância, pois essa
nova Escola aí está, ao acesso de quem se interessar.
Os Cursos estão abertos, já existem livros, agora é uma
questão de tempo. Em breve haverá duas Psicologias: uma que lida com essa vida
apenas, para os profissionais que não acreditam na Reencarnação, a ser
utilizada nas pessoas que também não lidam com isso, e uma que lida com a vida
eterna, que é a Psicoterapia Reencarnacionista, baseada na Reencarnação, para
quem acredita nela. É uma questão de coerência.
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