Tabagismo: Um Entrave na Evolução do Espírito
No século atual, quando se degradam os costumes humanos, em
vésperas da grande seleção espiritual para a nova civilização do terceiro
milênio, o fumo já conseguiu estabelecer o seu império tóxico, anti-higiênico e
pernicioso.
O uso do fumo é um delito que a criatura pratica contra si
mesma. Em consequência sofre resultados nefastos, tanto no conjunto somático
como no Períspirito. O único animal que fuma é o homem e a esse vício se deixa
escravizar pelo seu livre arbítrio. O fumante inveterado age voluntariosamente
contra a sua própria integridade física, tornando-se uma vítima de sua própria
negligência espiritual.
Cada homem dominado por esse vício tenta apresentar suas
razões pessoais. Mas todas as razões que se apresentem não são suficientes para
elidir (suprimir) a razão maior de que o fumo é terrivelmente prejudicial à
saúde. Fumam os homens e mulheres das mais diversas esferas sociais. O vício só
varia quanto à técnica e o modo de se queimar a erva escravizante, mas o
denominador comum é o mesmo, ou sejam, as consequências nocivas e a escravidão
mental execrável. (detestável, abominável). O viciado, sem dúvida, torna-se um
autômato vivo e tão condicionado ao terrível hábito que, em geral, desde o
momento em que retira a cigarreira do bolso até quando acende o cigarro, cumpre
exclusivamente uma vontade oculta, nociva e indomável.
O vício de fumar, bem como o vício de beber, com o tempo,
tomam um caráter obsessivo. Essa ação obsessiva e oculta recrudesce
(agravar-se, exacerbar-se) à medida que o indivíduo se descuida do seu comando
psíquico após abrir as portas de sua vontade a tais hóspedes indesejáveis. O
tabagismo é prejudicial ao corpo físico e ao corpo astral (Períspirito). Um
simples exame de laboratório revela a natureza agressiva do alcaloide
(substância orgânica azotada, que tem propriedades alcalinas) nicotina.
Os fumantes inveterados, como os alcoólatras, depois que
desencarnam, sofrem no Além os efeitos perniciosos daqueles vícios cultivados
na Terra. “Natura non facit saltus” os estigmas (marcas, feridas) dos vícios
adquiridos nesta vida continuarão a acicatar (incentivar, estimular; esporese,
espora antiga de uma só ponta) o Períspirito. O vício não está no corpo físico,
mas no corpo astral, comandado pelo Psiquismo diretor. Daí a conveniência de se
abandonar o vício do fumo, enfim todos os vícios, antes da desencarnação. O
vício terreno é assunto individual, cuja solução requer a decisão interior do
próprio Espírito e não depende da mudança de um para outro plano de vida. A
fonte do desejo reside no Espírito e não no corpo carnal. Assim sendo, os
viciados que partem da Terra carregam os vícios que lhes acicatam acerbamente a
vestimenta perispiritual. Só depois de os drenarem é que poderão se livrar dos
desejos desregrados. Se o objetivo fundamental da evolução do Espírito é a sua
libertação de todas as mazelas, deve, então, a Alma, desde logo, exercitar-se
para a sua mais breve alforria espiritual e desligação definitiva dos vícios
que podem prendê-la, cada vez mais, aos ciclos tristes das encarnações
retificadoras.
Cumpramos, assim, o nosso dever, alertando nossos irmãos dos
prejuízos que o fumo acarreta ao corpo e ao Espírito. Não os critiquemos, porque
muitos de nós, num passado não muito remoto, quem sabe, já fomos ligados ao
vício de fumar.
Se cada pessoa que ler este nosso trabalho, e que não for
ligada ao vício do tabagismo, conseguir libertar um irmão deste mal terrível,
por certo estaremos caminhando para um final feliz. Como diz a velha filosofia:
“É sempre melhor acender uma vela do que permanecer na escuridão”.
(José Nicanor)