segunda-feira, 18 de março de 2013
Terapia Regressiva e as Transformações Humanas
Os tempos modernos vêm exigindo novos padrões de observação e aferição da realidade. Os referenciais antigos, baseados na visão positivista cartesiana, sustentaram o paradigma científico até meados do século XX, mas a Física Quântica abalou os alicerces deste olhar tido como imparcial, introduzindo um novo modelo de paradigma, já que o próprio observador passou a se tornar sujeito na experiência observada.
A Terapia Regressiva surge dentro deste contexto, trazendo evidências insofismáveis do fenômeno reencarnatório, na medida em que lembranças de vidas passadas em pacientes sob pesquisa eram aferidas nas investigações históricas dos fatos narrados. Hoje, a Terapia Regressiva vem apresentar uma contribuição significativa para o tratamento de diversos transtornos mentais, com resultados e eficiência que se verificam na prática clínica.
Um dos aspectos mais evidentes no processo terapêutico com regressão de memória a vidas passadas é o fato, que se constata na teoria e prática, de que nossa personalidade atual é uma estrutura dinâmica, em permanente construção, caracterizando-se como um somatório das personalidades anteriores com o resultado das novas vivências da existência atual.
Essas personalidades passadas permanecem tão ativas no psiquismo que, muitas vezes, não se apresentam como um somatório, mas como individualidades vivas que interagem em conjunto e outras vezes se mostram isoladas, sobrepondo-se no comando do ego atual de acordo com as circunstâncias externas que funcionam como gatilhos para a sua evocação.
A ideia de individuação, defendida por Jung, aplica-se de modo preciso para as necessidades integrativas do psiquismo, a fim de que se torne mais centrado, coeso e autônomo.
E o que é tornar a personalidade integrada? É tratar as personalidades anteriores, das múltiplas existências vividas pela pessoa, que permanecem ativas nos traumas ainda reprimidos - por não terem sido elaborados - resgatando o sentido de unidade, plenitude e paz.
Um exército dividido em si mesmo é um exército derrotado. Uma mente dividida em si mesma é uma mente incapaz de enfrentar os desafios da vida e ser feliz.
A Terapia Regressiva proporciona o resgate ao nível da consciência desses conflitos humanos. Com isso, o que era inconsciente e incontrolável se torna consciente e passível de elaboração, como uma luz que se acende em um quarto escuro aterrador, mostrando como lidar com as ameaças antes incognoscíveis. Além disso, durante esse processo, as emoções que alimentavam as representações psíquicas reprimidas vão sendo esvaziadas, em um autêntico trabalho catártico, onde as personalidades passadas perdem a força emocional que as sustentava, deixando apenas os produtos de aprendizagem para a continuação do processo evolutivo.
Contudo, para aprofundar as possibilidades terapêuticas que ela envolve, faz-se necessário alargar horizontes na busca da construção de um ser humano mais saudável e feliz, e isso implica desenvolver no setting terapêutico uma reflexão sobre os desdobramentos filosóficos que a Terapia Regressiva envolve, na medida em que ela aponta para a veracidade de conceitos como a reencarnação e o desenvolvimento da individualidade sob a tutela da lei do carma.
Contextualizar e pragmatizar esses conceitos na própria vida, percebendo-se no transcurso do seu caminho evolutivo, deverá ser um objetivo de qualquer processo que envolva terapia regressiva a vidas passadas, como um fechamento indispensável a capacitar o paciente para a continuação do gerenciamento de sua existência com lucidez e discernimento em função da construção da própria felicidade e higidez psíquica.
João Carvalho Neto
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